O Dia Mundial sem Tabaco é celebrado anualmente com o propósito de conscientizar a população sobre os perigos do uso do tabaco, as táticas empregadas pelas companhias de tabaco, as iniciativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a epidemia do tabaco e as medidas que as pessoas podem adotar para proteger sua saúde e qualidade de vida, garantindo assim o bem-estar das gerações futuras contra os malefícios do tabagismo.
Instituído em 1987, o Dia Mundial Sem Tabaco foi criado para destacar a gravidade da epidemia de tabaco, as doenças evitáveis que ela causa e as mortes decorrentes dessa prática.
Em 2010, a OMS escolheu como tema da campanha do Dia Mundial sem Tabaco o tema: “Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres”. A proposta era alertar sobre as estratégias da indústria do tabaco para atrair o público feminino e os danos que seus produtos causam tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) lançou uma campanha com o slogan: “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro!”. Os materiais promocionais usavam imagens de flores para contrastar com o cigarro. As flores simbolizavam proteção ao meio ambiente, beleza e qualidade de vida, em oposição ao cigarro, que remete a desmatamento, envelhecimento precoce e problemas de saúde.
As principais causas de morte entre mulheres incluem, em primeiro lugar, as doenças cardiovasculares (como infarto e acidente vascular encefálico), seguidas pelas neoplasias (como câncer de mama, pulmão e colo do útero) e, em terceiro, pelas doenças respiratórias. Todas essas condições estão frequentemente relacionadas ao tabagismo. Em diversos países desenvolvidos, o câncer de pulmão já ultrapassou o de mama em incidência entre mulheres.
O impacto do tabagismo na saúde da mulher fumante
- Mulheres jovens que fumam e utilizam anticoncepcionais orais têm risco 10 vezes maior de sofrer infarto do miocárdio, embolia pulmonar ou tromboflebite em comparação com aquelas que não fumam.
- Mulheres que fumam dois ou mais maços de cigarro por dia possuem 20 vezes mais chances de morrer por câncer de pulmão em relação às não fumantes.
- O tabagismo nas mulheres aumenta a propensão ao adenocarcinoma, devido à exposição mais intensa e ao modo de fumar (como inalação profunda).
- Estima-se que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos em mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana em mulheres acima dessa idade.
- O consumo de tabaco reduz a taxa de fertilidade de mulheres que não utilizam métodos contraceptivos hormonais, de 75% para 57%, em função dos efeitos da nicotina sobre os ovários.
- Mulheres fumantes que utilizam anticoncepcionais orais têm risco aumentado de desenvolver doenças coronarianas (39%) e acidentes vasculares cerebrais (22%).
Riscos do tabagismo durante a gravidez
Fumar durante a gestação pode acarretar sérias complicações, como abortos espontâneos, nascimentos prematuros, baixo peso ao nascer, mortes fetais e neonatais, problemas na placenta e hemorragias. Esses efeitos estão associados ao impacto do monóxido de carbono e da nicotina no feto, após serem absorvidos pelo organismo materno.
Um único cigarro fumado por uma gestante pode acelerar, em questão de minutos, os batimentos cardíacos do feto devido à ação da nicotina sobre o sistema cardiovascular do bebê.